quarta-feira, 2 de fevereiro de 2022

Nothing Good Comes From That!

É uma moda que não começou com a pandemia, mas que esta veio agravar de forma dramática, a mania de julgarem os outros, pelos livros, (que têm atrás deles), nas suas estantes. Por amor de Deus! Não façam isso! Falo por mim. As minhas estantes - na verdade são só duas e uma terceira, de CDs, onde enfiei os livros antigos da coleção vampiro, que são os únicos que lá cabem e ainda havia espaço - estão cheias de "clássicos" que ficaram a meio e de outros "clássicos" que pretendo NÃO ler com toda a atenção, quando tiver algum tempinho livre para isso ;)    

Olha a "Montanha Mágica", nem a meio cheguei. Uma história que nunca mais desenvolve e tanta (mas tanta!) gente tuberculosa. Não gostei! Passei ao próximo… Comigo é assim, se ninguém morre assassinado de forma trágica e misteriosa até ao fim do segundo capítulo, começo a perder o interesse. O que deixa muito pouco espaço para os "clássicos", a não ser que sejam clássicos da literatura policial - E já li Todos!!!

Faz-me lembrar aquela frase do grande Hemingway, que dizia: "Don't judge try to understand". Ora aí está um dos raros, que nem precisa matar ninguém, para cativar toda a minha atenção. E se à primeira vista uma pessoa mais xoné poderia pensar que o Ernesto era mesmo super boa pessoa, aquilo que ele era mesmo, era super bom escritor. E compreender os outros não era um gesto de solidariedade ou simpatia, mas um exercício de inteligência. Um bocado cínico? Talvez, mas a haver algum segredo para escrever clássicos da literatura e da música, ou até mesmo slogans baratos da publicidade, deve ser este. Infelizmente, fosse o Hemingway nosso contemporâneo e o mais provável é que lhe tivessem respondido: "Ernesto, seu bêbado, tás cos copos outra vez! Vai mas é dormir e não digas asneiras!!"

Também não tenho grande paciência para compreender os outros. Já viram o tipo de pessoas que há por aí?! É mesmo de não querer saber… Mas depois só escrevemos merda :( Que dilema!